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Este não é um compilado de poemas com finais felizes. Tampouco acredito que haja por aí muitos livros de poemas que o sejam. Ouvi certa vez que quem é feliz não escreve; mas me dou o direito de discordar. Só escreve quem é feliz; e depois não é mais.
Há palavras que correm livres como correntezas, mas há aquelas que se recusam a fluir – que se agarram ao lodo, se enredam nas raízes submersas e permanecem ali, úmidas e silenciosas. Elas não se impõem, não se inflamam – apenas persistem. Este livro é feito dessas palavras, que resistem ao tempo, que se acomodam nas frestas e encontram abrigo onde ninguém se incomoda em olhar mais de uma vez.
Os poemas, cartas e pequenas crônicas contidas neste livro são fruto, precisamente, disso. De uma poesia que se infiltra nos interstícios da existência, que se curva ao peso do tempo e se rende à erosão dos dias. São fragmentos que se misturam à terra úmida e ganham forma naquilo que se esconde sob as águas.
Aqui, a poesia rasteja, desliza e se entranha. Ela não brilha, mas pulsa, viva e secreta, sob a superfície. Entre musgos e sombras, entre a permanência e o esquecimento, este livro é um convite a quem ousa afundar os pés na margem e sentir o que há de perigoso e indizível sob a superfície límpida.
