Como encontrar seu estilo como autor

Todo autor, em algum momento da jornada, se pergunta: qual é o meu estilo? A pergunta é válida — e desafiadora. Porque encontrar o próprio estilo não é copiar fórmulas, nem buscar originalidade forçada. É, antes de tudo, um processo de escuta: escutar a si mesmo, ao próprio ritmo, às histórias que você quer (e precisa) contar.

O estilo não é algo que se escolhe como quem escolhe uma roupa. Ele emerge. Ele se revela na forma como você constrói diálogos, nas metáforas que surgem espontaneamente, no tom da sua narrativa. E, principalmente, naquilo que você insiste em escrever — mesmo sem saber o porquê.

Ler muito, escrever com frequência e permitir-se experimentar são caminhos fundamentais. Às vezes, é preciso passar por vários gêneros antes de encontrar a própria voz. É possível começar com poesia, migrar para conto, tentar romance e, aos poucos, perceber que o fio condutor está ali: na sensibilidade com os personagens, na linguagem enxuta, na ironia sutil, no uso do cotidiano como matéria literária.

O estilo também se forma a partir das leituras que nos moldaram. Os autores que admiramos deixam marcas. E não há problema em começar imitando. O estilo vem quando, aos poucos, a imitação se transforma em assimilação — e você passa a escrever do seu jeito, mesmo que não perceba.

Outro ponto importante: o estilo não precisa ser fixo. Ele muda conforme a fase da vida, os temas que te mobilizam, os desafios que surgem. E isso é saudável. Um autor não precisa se repetir para ter identidade. Ao contrário: a evolução do estilo pode ser um sinal de maturidade criativa.

Se você ainda não sabe qual é seu estilo, não se preocupe. Ele está nascendo — nas frases que você já escreveu, nas imagens que insiste em usar, nos assuntos que te perseguem. Continue escrevendo. Continue escutando. Aos poucos, ele se revelará. E será genuinamente seu.